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3G, de Lemann e sócios, levanta bilhões para nova grande aquisição após quase 3 anos

Jorge Paulo Lemann, cofundador da 3G Capital Jorge Paulo Lemann, cofundador da 3G Capital — Foto: Dania Maxwell/Bloomberg A 3G Capital, gestora fundada por

Jorge Paulo Lemann, cofundador da 3G Capital Jorge Paulo Lemann, cofundador da 3G Capital — Foto: Dania Maxwell/Bloomberg

A 3G Capital, gestora fundada por Jorge Paulo Lemann e seus principais sócios, levantou bilhões de dólares para fazer uma nova aquisição de peso, apurou a coluna. O último grande negócio da 3G ocorreu há dois anos e meio, no fim de 2021, quando comprou a fabricante líder de cortinas e persianas Hunter Douglas por US$ 7,1 bilhões.

Diferentemente de gestoras tradicionais, que levantam recursos para um fundo e depois vão atrás de negócios, a 3G tem o costume de captar dinheiro para transações específicas. O veículo — que consolidou a cervejaria AB Inbev, comprou o Burger King há 14 anos e acaba de se desfazer de sua participação na Kraft Heinz, que ajudara a criar com Warren Buffett — costuma levar anos para fazer novos negócios.

A notícia sobre os planos da 3G foi primeiro publicada pelo site americano Axios e confirmada pela coluna com fontes que acompanham os movimentos da gestora.

Sem pressa

De acordo com essas fontes, a 3G não tem pressa para fazer seu novo movimento, mas está esquadrinhando negócios que vão além do varejo de consumo tradicional, segmento em que se especializou. A gestora também é flexível quanto ao tamanho da transação, disseram as fontes, que preferiram não precisar o volume de recursos levantado para não dar pistas sobre potenciais alvos.

A compra da multinacional holandesa Hunter Douglas — uma empresa familiar até a chegada da 3G — tende a ser um modelo a ser repetido no próximo negócio, indicaram as fontes.

Como contou a coluna, um dos principais sócios da 3G, o carioca Alexandre Behring, deu rara entrevista esta semana sobre os negócios da gestora. O foco da conversa com o podcast americano “Capital Allocators”, de Ted Seides, foi o investimento na Burger King, que deu um retorno de 28 vezes sobre o capital investido e é considerado uma das transações de “private equity” mais bem-sucedidas já feitas.

Na conversa, Behring também admitiu que a companhia não ganhou dinheiro com a Kraft, embora tenha tido bom retorno com a Heinz. A Kraft Heinz, que resultou da fusão entre as duas, protagonizou controvérsias ao longo dos anos, e a 3G saiu do negócio sem fazer alarde no fim de 2023.

— Tivemos a aquisição da Heinz, que foi bem-sucedida. Recuperamos várias vezes o valor investido. Depois tivemos o investimento na Kraft, que foi fundida com o investimento na Heinz. Nesse negócio a gente praticamente só pegou nosso dinheiro de volta, não foi um investimento bem-sucedido. Mas ele validou uma premissa fundamental nossa, de que não somos um veículo de capital de risco. Isso quer dizer que, em cenários negativos, a meta tem que ser pelo menos de retorno do capital ou preservação do capital. E é isso que motiva a escolha dos negócios — explicou Behring na entrevista.

Fonte: Globo
Por: Rennan Setti

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