O Pátria Investimentos firmou nesta segunda-feira (3) um memorando de entendimento (MoU) para fazer investimentos conjuntos com o Ministério de Investimento da Arábia Saudita. A expectativa é de que o acordo abra caminho para novas empreitadas dos sauditas junto à gestora brasileira, em especial na concessão de rodovias – onde já possuem sociedade. Por sua vez, o Pátria passa a estudar investimentos no reino do Oeste asiático, com olhar atento também para energia e moradias populares.
Michael Majdalany, responsável pelos negócios do Pátria no Oriente Médio, assinou o documento em comitiva do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), que viajou a Riad nesta segunda. Embora o valor não tenha sido revelado, os investimentos sauditas devem ser da ordem de bilhões de reais.
Sócio em concessão de rodovias no Paraná, o Fundo Soberano da Arábia Saudita (PIF, em inglês) entrará, novamente, em consórcio com o Pátria no próximo leilão de rodovias que a gestora disputar, embora não confirmem qual será. Hoje, o Pátria tem seis concessões na América Latina, sendo quatro delas no Brasil.
“Dada a boa experiência no Paraná, onde eles estão felizes com o investimento e tudo está indo super bem, temos um pipeline de novas rodovias muito grande no Brasil, na Colômbia e no Chile”, diz ao InfoMoney Andre Sales, CEO da vertical de infraestrutura do Pátria.
Como ocorreu no último leilão, o Pátria deve manter o controle dos veículos na disputa de qualquer uma das próximas concessões para uma gestão local do negócio. Além dos investimentos diretos do fundo saudita, o memorando também deve abrir portas para a prestação de serviços e fornecimento de matérias-primas para as investidas do Pátria na América Latina.
Em função da sua economia atrelada à exploração de combustíveis fósseis, a Arábia Saudita tem reforçado investidas que ajudem a compensar suas emissões de gases do efeito estufa. As conversas com o Pátria já caminham para a entrada em empreendimentos de energias renováveis na América Latina, em especial, eólica e solar. “Estamos em diferentes fases de análise, mas certamente podemos dizer que não será apenas no Brasil”, afirma Sales.
Rodovias e energia são setores nos quais a gestora já tem domínio na América Latina e são o foco do estudo em investidas na Arábia Saudita. “Tem também um terceiro setor que empresas investidas nossas participam, que é o de tecnologia para construção de casas populares”, conta Sales. “O memorando, no entanto, dá diretrizes para fomentar esses investimentos. Mas ele é aberto do ponto de vista de setores, não existe uma obrigação quanto a um setor específico.”
Habituado a negociar com investidores de diversos mercados, o Pátria tem sentido um aumento do interesse do Oriente Médio e da Ásia na América Latina. Seu representante em Hong Kong acompanhará a segunda perna da comitiva do vice-presidente brasileiro que seguiu viagem da Arábia Saudita para a China.
Fonte: Infomoney
Por: Iuri Santos