A Atom Educacional, criada pela shark tank Carol Paiffer e pelo seu irmão Joaquim como uma escola online de traders, quer voltar a fazer M&As. O objetivo da companhia é avançar em cursos presenciais, depois de ter embolsado R$ 20 milhões com a venda da sua holding não operacional, a listada Atompar, para outras holdings, a Fictor e a Conquest, esta uma empresa de sócios do grupo.
Se a Atom já é conhecida pelas formações voltadas para traders do mercado financeiro, a ideia é seguir crescendo no ensino profissionalizante e técnico — daí o interesse no presencial. “A escola é um local onde as pessoas têm contato social e podem se conhecer”, disse Joaquim Paiffer ao Pipeline.
O último M&A da Atom foi anunciado em novembro do ano passado, quando a empresa comprou 51% do grupo de cursos profissionalizantes Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos), sediado em Londrina, no Paraná, e que tem como foco jovens do ensino básico e médio, com 50 mil alunos e 80 unidades. Foi com essa aquisição que a Atom ingressou no ensino presencial, embora o negócio adquirido também ofereça cursos EAD.
A estratégia está sendo executada ao mesmo tempo em que a companhia passa por uma reorganização da sua estrutura. Com a venda da holding não operacional, houve uma cisão do negócio, e a Atom Educacional virou uma empresa independente. Mas como era a holding que estava listada em bolsa, a Atom também vai abrir capital, e para isso pediu na semana passada o registro de emissor na categoria A para a CVM, de olho no segmento básico da B3.
Na cisão, cada acionista da Atompar recebe uma ação da Atom Educacional e pode aderir à OPA que será feita e receber R$ 1,09 por ação, nas mesmas condições de preço oferecida aos controladores, representando 100% de tag along. Entre os acionistas da Atom está a Exame, controlada pelo BTG Pactual.
A Fictor e a Conquest compraram a Atompar mirando os cerca de R$ 240 milhões em prejuízo fiscal que a empresa acumulou e que podem ser usados como benefício fiscal quando combinado com outros negócios do grupo. O grupo Fictor também investe nos segmentos de agronegócio, infraestrutura, energia e serviços financeiros.
O preço acertado para a aquisição da holding não operacional é próximo do que a própria Atom anotou de receita líquida no ano passado com venda de produtos e prestação de serviços, de R$ 21,2 milhões, valor que representa queda de 41% em relação ao ano anterior. A companhia teve prejuízo líquido de R$ 515 mil no período.
Fonte: pipeline
Por: Silvia Rosa