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Butique de M&A incorpora assessoria da rede XP

Operação foi herdada de um acordo de compra de participação minoritária feito com o Banco Modal, cuja aquisição pela XP foi anunciada no início

Focaccia, da Nello: metade atingir US$1 bi em distribuição e R$ 5 bi no ‘wealth’ — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

A Nello Investimentos, butique que atua em fusões e aquisições (M&A), crédito e operações estruturadas, incorporou a Theocta Capital, assessoria de investimento ligada à XP. A operação foi herdada de um acordo de compra de participação minoritária feito com o Banco Modal, cuja aquisição pela plataforma foi anunciada no início de 2022 e concluída em agosto do ano passado. 

A reestruturação vem após o novo marco regulatório da atividade de assessoria de investimentos, que começou a valer em julho e passou a permitir que os antigos agentes autônomos se organizassem como grupos empresariais, admitindo o investidor capitalista e a contratação de trabalhadores via CLT. Até então, os escritórios só podiam ter assessores certificados no entorno da sociedade.

A Theocta foi montada dois anos atrás pelo ex-executivo-chefe de finanças (CFO) do Safrapay Alexandre Farkuh e por Fabricio Scalzilli, advogado que fundou a Nello em 2016 e hoje atua como presidente do conselho de administração do grupo. Ao juntar tudo, vai ter a originação de ativos de um lado e a distribuição de investimentos e serviços financeiros de outro, incluindo alternativas no exterior, diz Fabio Focaccia, executivo-chefe (CEO) da Nello, ex-Eleven e Modal, que chegou em outubro para a estrutura da assessoria. “Assim, o ecossistema se retroalimenta.” 

No fim de 2023, a Nello criou um braço de gestão de riqueza, em que prevalece a cobrança de taxa fixa (o “fee based”) sobre o patrimônio do cliente, em lugar do transacional, mais usado nas assessorias, em que a receita vem de rebates de fundos, corretagem de valores mobiliários e outras comissões. Tiago Almeida, ex- Milestones, que foi vice-presidente e analista de investimentos do J.P. Morgan para América Latina e passou pela Gávea, assumiu como executivo-chefe de investimentos (CIO).

“Modelo [de ‘fee based’] é vencedor, está cada vez mais em voga e o mercado vai se mover nessa direção”
— Fabio Focaccia

Com a resolução 179 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que vai exigir abertura de custos para a cadeia de distribuição de investimentos a partir de novembro, afetando principalmente os assessores, a avaliação dentro da Nello é que será a vertical de wealth que vai ganhar apelo. “Esse é um modelo vencedor, cada vez mais em voga, e o mercado vai se mover nessa direção”, diz Focaccia.

Com a rede de relacionamento que já tem dentro de casa, a Nello estima ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão em ativos sob assessoria, atendendo empresários de alta renda. A meta é atingir o equivalente a US$ 1 bilhão em dois anos nesse braço, rebatizado como Nello Investimentos, com uma parcela significativa vinda do offshore. Na divisão de consultoria, em que a custódia pode estar espalhada no mercado, o plano é atingir R$ 5 bilhões sob aconselhamento.

Na originação de crédito ou operações de M&A, o executivo diz que o grupo busca casar com a demanda que identifica em gestoras de private equity e de MFOs. É a partir dessa sondagem que desenvolve suas teses de investimentos. O alvo são empresas de médio porte, em transações acima de R$ 100 milhões. Focaccia diz ver potencial em setores como imobiliário, o agronegócio focado em sustentabilidade, energia, infraestrutura, clínicas especializadas de saúde, a indústria pet, além de tecnologia e os segmentos de luxo e beleza.

Fonte: Valor
Por: Adriana Cotias

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