A decisão da BlackRock de lançar um fundo tokenizado de investimentos em ativos reforçou um movimento da maior gestora do mundo em torno da tecnologia blockchain e do mundo cripto. E essa nova criação também recuperou uma entrevista do CEO da BlackRock, Larry Fink, em que ele compartilha sua visão otimista sobre o futuro do mercado financeiro.
Em 12 de janeiro, Fink foi entrevistado pela Bloomberg e questionado sobre a visão da gestora em relação à tokenização de ativos do mundo real, em especial no mercado financeiro. À época, o executivo destacou que via os ETFs de bitcoin aprovados nos Estados Unidos como um “primeiro degrau” em direção a uma expansão da tokenização de ativos.
Sobre o tema, o CEO da BlackRock disse ainda que é importante antecipar movimentos do mercado. Para Fink, a tokenização será o “próximo passo” do mercado financeiro, “o que significará que cada ação, cada título” estará integrado a uma rede blockchain e, portanto, tokenizado.
A tendência, segundo Fink, é que cada investidor tenha também a sua própria identificação em uma rede blockchain, eliminando “problemas como atividades ilícitas em torno de ações e títulos e ativos digitais”. “A coisa mais importante é que poderemos customizar estratégias [de investimento] pela tokenização para que elas casem com cada indivíduo”.
“Nós teremos liquidações instantâneas. Pensem em todos os custos em liquidar títulos e ações. Mas se você tem a tokenização, tudo se torna imediato, então acreditamos que essa tecnologia é a transformação lógica para os ativos financeiros”, projetou ainda o líder da maior gestora de ativos do mundo.
Nesta semana, a BlackRock depositou um documento junto à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) que indica que a gestora pretende ingressar com mais força no segmento de tokenização. O documento envolve a criação do BlackRock USD Institutional Digital Liquidity Fund, que será lançado em parceria com a empresa de tokenização Securitize.
Uma transação registrada no blockchain Ethereum também sinaliza que o fundo foi alimentado com US$ 100 milhões em USDC, uma stablecoin que acompanha o dólar norte-americano, em um processo conhecido como “seed”.
Após contato realizado pela EXAME para confirmar as informações reveladas pelo documento, o setor de comunicação da BlackRock no Brasil afirmou que não comentaria o assunto. Já a Securitize não respondeu às tentativas de contato até a publicação da matéria.
Fonte: Exame
Por: João Pedro Malar