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Ex-BTG cria gestora para investir em special situations

Firma de Bernardo Mascarenhas, SSG Capital terá como sócios-investidores Semy Dayan, Sergio Machado e Bruno Szwarc

Depois de mais de sete anos na área de special situations do BTG Pactual, Bernardo Mascarenhas deixou a diretoria no banco para abrir sua própria gestora. A SSG Capital vai se dedicar a explorar oportunidades nesse segmento, que inclui investimentos em operações estruturadas de crédito e em ativos de menor liquidez.

A gestora está em processo de credenciamento junto a CVM. Mascarenhas já captou R$ 270 milhões para o primeiro veículo de investimento, que contou com o aporte de cinco investidores – entre eles Semy Dayan, diretor e acionista do Banco Daycoval, Sergio Machado, controlador da ARC Capital e Bruno Szwarc, da Black Partners, e Bruno Garcia, chefe de investimentos da Truxt.

Dayan, Machado e Szwarc também serão sócios da gestora, junto a outro investidor mantido no anonimato, com uma participação de 25%. Mascarenhas já garantiu outros R$ 270 milhões de capital comprometido com os investidores para um segundo veículo de investimento, que deve contar com capital de terceiros também.

Mascarenhas, da SSG Capital: casa captou R$ 270 milhões para investir em special situations — Foto: Divulgação

A gestora vai atuar em três verticais. A primeira é a compra de dívidas em inadimplência na carteira de bancos, os chamado NPL (Non-Performing Loan), e outra frente é buscar oportunidades no mercado de legal claims, que envolvem pagamento de ações judiciais contra órgãos públicos, como precatórios, e disputas privadas.

A terceira vertente é prover soluções de capital para companhias e investidores com baixa liquidez ou acesso restrito ao mercado tradicional de capitais que ofereçam garantias robustas. A SSG quer focar em operações entre R$ 30 milhões e R$ 100 milhões, mas pode olhar transações de tamanhos maiores em coinvestimento.

“Estamos olhando esse nicho específico que abrange operações maiores que as realizadas por algumas butiques de investimento mas nem tão grandes como as vistas pelas grandes casas como Farallon, Prisma e Lumina”, diz Mascarenhas.

Com a taxa de juros ainda em patamar elevado, ele vê mais oportunidade em operações estruturadas para oferecer capital para empresas com liquidez restrita, atrelado a garantias. “Nosso foco não é comprar grandes carteiras de NPL de bancos, até porque não temos uma grande estrutura de cobrança de dívidas, mas fazer operações estruturadas de solução de capital que pode contemplar esses ativos”, diz.

O primeiro fundo acabou de fechar uma transação estruturada de financiamento para uma empresa do agronegócio que está em recuperação judicial. No valor de R$ 75 milhões, o pagamento do crédito está atrelado a um evento futuro de liquidez.

Apesar de não ter restrições para investir em setores, Mascarenhas vê um cenário mais desafiador para o varejo, pela correlação direta com o ciclo macroeconômico e, em geral, com poucos ativos reais para serem dados em garantia.

Em legal claims, o mercado ainda está em compasso de espera após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou alterações implementadas em 2021, que estabeleciam um limite para o pagamento de precatórios federais. O STF autorizou a abertura de crédito extraordinário para pagamento dos precatórios, mas a medida ainda depende de uma medida provisória.

Fonte: Pipeline
Por: Silvia Rosa

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