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Não fazer networking pode prejudicar minha carreira?

Leitor não tem tempo de se relacionar com outros profissionais e acredita que a falta de contatos pode impactar seu trabalho

“Tenho muitas demandas no trabalho e passo o dia todo ocupado. Por conta disso, acabo não conseguindo ter tempo de fazer networking tanto dentro quanto fora da empresa. Vejo que outras pessoas do meu trabalho conseguem se relacionar e fazer contatos, mas simplesmente não me sobra tempo. Isso pode prejudicar minha carreira?” Diretor de criação, 40 anos

Eu diria que a resposta direta e reta para essa pergunta é: sim, deixar de fazer networking pode prejudicar a carreira. Com isso, não quero dar uma sentença dramática, insinuando de forma simplista que o futuro profissional de uma pessoa depende única e exclusivamente dos seus contatos.

Quando afirmo que não praticar a arte de se relacionar pode ser ruim para uma carreira, estou pensando não só nas oportunidades futuras, mas em como essa troca — ou, no caso, a falta dela — pode interferir no desempenho profissional no momento presente.

Explico: criar e cultivar uma boa rede de contatos pode ajudar nos movimentos de carreira. Estou falando de uma pessoa que lembra do seu nome na hora que surge uma vaga na empresa dos seus sonhos, de uma mentoria que dá apoio em uma mudança de área de atuação, de alguém que indica seu perfil para uma oportunidade…

Isso são os desdobramentos do networking no futuro, mas, como mencionei, há também um impacto imediato de se colocar — ou não — essa atividade em prática.

O networking não é só um meio para mudar de emprego ou de fazer uma transição de carreira, como não raras vezes algumas pessoas pensam. Essa “arte” é uma ferramenta importantíssima para ampliar e diversificar o seu repertório, o que impacta diretamente no desempenho do seu trabalho.

Colunista explica que networking não serve apenas para quem deseja mudar de emprego, mas causa um impacto direto no trabalho atual — Foto: Unsplash

É por meio da troca com as pessoas que adquirimos novos saberes, conhecemos outras realidades, entendemos variados pontos de vista… Normalmente, saímos dessas conversas com mais ideias, referências e insights.

O networking pode ser também uma ótima fonte de inspiração, quase um exercício de criatividade — algo importante não só para quem atua como líder na área de criação, diga-se de passagem.

Quis explicar primeiro o tamanho do impacto dessa prática no presente e no futuro da carreira porque acredito que, compreender o valor do networking, me parece um bom estímulo para priorizá-lo.

Sim, eu sei que o tempo é um recurso escasso. Sei que a rotina é conturbada e que a sensação, muitas vezes, é de que estamos em uma eterna corrida contra o relógio. Justamente por isso, sei também que fazer gestão do tempo é uma habilidade fundamental. Uma habilidade que vai ajudar a definir as suas prioridades e a administrá-las no dia a dia.

E, se eu puder dar uma dica, ela seria: inclua o networking na sua lista prioritária.

Você pode começar a fazer isso aos poucos, utilizando situações rotineiras para promover essa troca. Aproveite, por exemplo, para convidar uma pessoa de outra área ou até algum cliente para almoçar. Use aquela pausa do café para socializar com diferentes profissionais no próprio lugar onde trabalha. Troque contatos com algumas pessoas que conheceu em um curso, palestra, workshop e por aí vai.

O segredo é incorporar o networking no seu dia a dia, entendendo que, ao fazer isso, você estará investindo não apenas no futuro da sua carreira, mas no seu desempenho presente. 

Sofia Esteves é psicóloga com especialização em recursos humanos e presidente do conselho do grupo Cia de Talentos >> Envie sua pergunta, acompanhada de seu cargo e sua idade, para: [email protected] 

Esta coluna se propõe a responder questões relativas à carreira e a situações vividas no mundo corporativo. Ela reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico.

Fonte: Valor
Por: Sofia Esteves

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