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TAG entra em ‘venture capital’ com FIDC para fintechs

Nova área inicia suas atividades com foco prioritário em agronegócio, varejo e serviços, e planeja expandir para os setores de mudanças climáticas e saúde

Em meio às profundas transformações pelas quais passa o setor de gestão de fortunas, a TAG Investimentos, escritório com R$ 14 bilhões sob gestão, estreia no segmento de venture capital, mas não por meio de fundos para compra de participação em startups, como é comum no mercado. A nova unidade de negócios TAG Edge será voltada a estruturar soluções financeiras no mercado de capitais para a economia digital.

Na prática, a gestora vai montar fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) para financiar fintechs que atuem em nichos específicos e que tenham sua própria dinâmica, sem grande dependência da situação macroeconômica do país. O objetivo é chegar a um montante estruturado de R$ 3 bilhões em até cinco anos.

A nova área inicia suas atividades com foco prioritário em agronegócio, varejo e serviços, e planeja expandir para os setores de mudanças climáticas e saúde. Segundo Thiago de Castro, CEO da TAG, a ideia é inspirada na Cubo, do Itaú. “É um hub de inovação para plugar startups ao financiamento por meio de FIDCs.” Ele afirma que o escritório é a primeira asset independente a criar uma estrutura de crédito nesses moldes. “Quem atua com startups usa modelos padrão, mas a economia vem mudando muito rapidamente.”

Escritório quer chegar a um montante estruturado de R$ 3 bilhões em até cinco anos com nova divisão

Castro diz que o segmento cresce continuamente e precisa de recursos, mas é mal atendido pelos bancos. “A nova economia é descorrelacionada com o mercado atual e será um diferencial da TAG levar isso para seus investidores”, diz Francisco Perez, ex-Banco Alfa, que vai comandar a nova unidade.

Cada startup terá um FIDC em separado, e a TAG montará um fundo mãe para receber os recursos dos investidores e distribuir, com objetivo de retorno acima do CDI. Além disso, a gestora pode entrar com investimentos diretos nas empresas, por meio de fundos de investimento em participações (FIPs).

Hoje, o escritório atende pessoas físicas com patrimônio acima de R$ 20 milhões e fundos de pensão, mas os produtos a serem criados pela TAG Edge serão abertos a não clientes. O primeiro será lançado nesta semana, durante o TAG Summit. Castro explica que o escritório já mapeou seis fintechs, entre elas uma cooperativa que trabalha com 4 mil produtores rurais.

O CEO comenta que também estão avaliando atuar em recebíveis de crédito consignado para funcionários de condomínios e antecipação de recursos para prestadores de serviços de aplicativos de entrega, como iFood e Rappi. “As startups hoje fazem frente ao crédito bancário.”

A TAG atuará, explica Perez, unindo a ponta originadora, que tem a solução de crédito em determinado nicho, e uma empresa parceira que vai avaliar a qualidade do crédito. A ideia é focar em startups no estágio mais inicial, pré-Série A, como é conhecida a fase em que a empresa já provou ter um produto funcional e com potencial, mas precisa de recursos para consolidar o negócio. Elas vão se candidatar ao financiamento por meio da plataforma do escritório.

De acordo com Castro, a TAG começou os estudos para criação da nova área de negócios no meio do ano passado, quando ele avaliou que faltava inovação ao mercado de crédito. “Estávamos parados em ‘mais do mesmo’ e precisamos de fonte de água limpa de crédito.” Além de gestão de fortunas, o escritório fundado em 2004 tem uma área de produtos estruturados e outra de créditos judiciais, com R$ 1,3 bilhão em precatórios.

Fonte: Valor
Por: Liane Thedim

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