A previsão é de que sejam construídos dois prédios, com capacidade total para quase 20 Mega Watts (MW), e uma subestação de energia. No momento, a empresa está realizando as obras do primeiro edifício e da rede elétrica, que totalizam um aporte entre R$ 650 milhões e R$ 670 milhões .
Os valores foram esclarecidos pelo vice-presidente sênior de Desenvolvimento Corporativo, Energia e Imóveis da Scala Data Centers, Luciano Fialho, em entrevista ao Diário do Nordeste .
Quando estiver finalizado, o data center oferecerá “um espaço energizado, [com] bastante fibra óptica; um sistema de refrigeração poderoso, porque as temperaturas podem chegar acima de 70º; e a infraestrutura para operação”.
Previsão de entrega A informação inicial é de que o primeiro prédio seria inaugurado no primeiro trimestre deste ano. Entretanto, as obras ainda não foram finalizadas.
Fialho afirmou que ainda não há uma data específica para as operações serem iniciadas , e que os prazos dependem principalmente da demanda dos clientes, mas que a etapa inicial do primeiro prédio está finalizada e já pode ser ocupada por clientes.
“Eu não tenho ainda toda a demanda para utilização do prédio inteiro. A gente está conversando com os clientes, porque agora nós estamos entregando o início da demanda. […] Se você quiser dar um horizonte, uma projeção, eu vou ocupar o primeiro edifício em 2026 e 2027. Aí eu começaria, dependendo da demanda, a construção, também em 2026 ou 2027, do segundo edifício. Mas eu não tenho isso ainda”
Entre os motivos, ele declarou que a demora se dá, também, por causa da compra dos equipamentos para o maquinário de esfriamento, que são comprados em diferentes partes do mundo. “Então, dificilmente você consegue fazer um data center hoje e entregar em menos de um ano e meio ou dois anos”, explicou.
Segundo o vice-presidente, uma vez finalizado, o data center será um “pedaço de infraestrutura digital” que irá permanecer em funcionamento por cerca de 15 a 20 anos. As obras do centro, conforme a empresa, estão gerando 700 empregos . Quando as operações forem iniciadas, ele irá criar 60 postos de trabalho diretos.
Interesse no hub da Praia do Futuro O público-alvo da Scala Data Centers nos centros de processamento é voltado para os chamados “hyperscale”, ou hiperescala, que lidam com uma grande quantidade de computação de dados e escalabilidade extrema.
Ano passado, o fundador e CEO da empresa, Marcos Peigo, afirmou que a Scala mira grandes nomes, como Amazon, Microsoft e Google . Ele havia indicado que dois “clientes-âncora” já possuíam contrato para utilizar a estrutura de empreendimento da escala.
Apesar de não revelar nomes, Fialho reforçou que o número de clientes com contrato firmado para se instalar no data center ainda permanece em dois. Além disso, ele afirmou que a construção do data center na Praia do Futuro se deu por demanda do público consumidor.
A região de Fortaleza chama atenção das empresas pelo grande hub de cabos submarinos existentes, um total de 16. Esse valor faz da cidade a segunda mais conectada do mundo , com cerca de 90% da internet brasileira passando pela Capital.
Consumo de água e energia A energia total, quando somados os dois prédios, pode chegar à capacidade de 20 MW , segundo Fialho.
Apenas o primeiro edifício poderá contemplar até 7 MW de processamento . O vice-presidente explica que a parte já finalizada desta instalação começará a armazenar a partir de 600 quilowatts (kW) e, depois, aumentará até sua capacidade inicial total de 2,5 MW.
Já para o gasto de água, Fialho não apresentou quantitativos, mas afirmou que “não vai consumir água”, pois o site será preenchido uma única vez e, após isso, ela estará em constante reuso.
A empresa afirma que a Eficácia do Uso de Água (WUE), ou seja, a relação entre a produção obtida e a quantidade consumida, é zero . Isso se dá devido ao sistema fechado utilizado pela companhia, que promete circular a água no site sem evaporação ou descarte.
Um estudo da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), publicado em junho de 2025, apontou que esses sistemas necessitam de 23m³ de água, ou 23 mil litros, para cada 1MW.
Com base no levantamento, a capacidade ofertada pela etapa concluída do primeiro preédio deve dispor de 57,5 mil litros (57,5m³) , enquanto a de 7 MW deve gerar um uso único de 161 mil litros (161 m³).
Ao final da instalação dos dois prédios, que devem comportar até 20 MW, o consumo de água nesse sistema fechado deve ser aproximadamente de 460 mil litros (460 m³) .