Ministério de Minas e Energia (MME) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançaram na quarta (6/3) o cronograma de operação do Fundo de Investimentos (FIP) em Minerais Estratégicos no Brasil.
Divulgado pelo governo no final de fevereiro, o FIP pretende disponibilizar R$ 1 bilhão para projetos de exploração mineral que atendam a cadeia produtiva da transição energética e de fertilizantes.
Durante o Prospectors & Developers Association of Canada (PDAC) – principal convenção de mineração e exploração mineral do mundo, em Toronto –, MME e BNDES afirmaram que, em abril, a instituição de fomento fará um seminário para mobilização de potenciais gestores e investidores no Brasil.
Em maio, está prevista a abertura da seleção pública dos projetos que se encaixam no escopo do financiamento. O resultado dos pedidos deve ser anunciado em outubro.
“Além de trazer investimentos e parceiros estratégicos, o fundo tem como objetivo estimular uma mineração sustentável. Estamos focados na transição energética ao mesmo tempo que pensamos nas comunidades e no meio ambiente”, afirmou o ministro Alexandre Silveira.
Segundo Silveira, os desembolsos devem ocorrer ainda este ano.
A proposta do fundo é atuar em parceria com a iniciativa privada na captação de recursos. O BNDES enxerga “uma janela histórica de oportunidades” na transição energética e a exploração sustentável dos minerais críticos está na base desse movimento.
Durante o lançamento da política Nova Indústria Brasil (NIB), em janeiro deste ano, o presidente do banco de desenvolvimento, Aloizio Mercadante, defendeu que o Brasil acompanhe as grandes economias mundiais, como Estados Unidos, China e União Europeia, que estão implementando grandes pacotes de incentivo à indústria, caso queira competir no mercado global.
“Já estamos com cinco fábricas de ônibus no Brasil, produzindo ônibus elétrico. O Brasil tem a sétima reserva de lítio do mundo. E nós queremos ter controle e presença estratégica nesse segmento. Esse é um setor que o BNDES quer entrar com equity”, disse em janeiro.
O anúncio do FIP vem na esteira de iniciativas do governo para aumentar a produção de conteúdo local relacionado à transição, em especial baterias para veículos elétricos.
A eletrificação dos transportes, por exemplo, é uma das prioridades da nova política industrial, para estimular a cadeia produtiva de motores elétricos, baterias e minerais estratégicos.
Desde o lançamento do NIB e do Mover – programa de incentivos à eficiência e descarbonização da indústria automotiva –, montadoras já anunciaram quase R$ 100 bilhões em investimentos no Brasil, com foco em elétricos e híbridos.
Também em fevereiro, o MME afirmou que projetos relacionados à produção de minerais críticos para a transição energética poderão emitir debêntures incentivadas. E que ainda este ano seria lançado o programa Mineração para a Energia Limpa.
Objetivo é mobilizar mais de R$ 1 bilhão, além de viabilizar novos empreendimentos de minerais considerados estratégicos para a transição energética, descarbonização e produção sustentável de alimentos.
O plano de trabalho desenvolvido pelo BNDES prevê investimentos em 15 a 20 empresas com projetos de pesquisa mineral, desenvolvimento e implantação de novas minas no Brasil.
O banco de fomento irá aportar até R$ 250 milhões no fundo para minerais estratégicos, com participação limitada a 25% do total, sendo esperados outros investidores nacionais e internacionais.
A prioridade são os minerais para transição energética e descarbonização: cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minério de terras raras, minérios do grupo da platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco.
No rol de insumos para fertilizantes estão fosfato, potássio e remineralizadores.
O governo vai trabalhar em um índice mínimo de eficiência energética para edificações em 2025, disse na segunda (4/3) a coordenadora geral de Eficiência Energética do Ministério de Minas e Energia (MME), Samira Sousa. Será a primeira vez que o país implementa uma política do tipo para edificações.
Relatório da Wood Mackenzie sobre a descarbonização da indústria de petróleo e gás aponta que a intensidade das emissões diretas e indiretas de escopo 1 e 2 no upstream caiu 12% desde 2017, no entanto, as emissões absolutas podem estabilizar devido ao crescimento da produção.
A GreenYellow anunciou, nesta quarta-feira (6/3), um novo acordo com a comercializadora Prime Energy, do Grupo Shell, para a construção de mais três usinas de energia solar, com capacidade instalada total de 16,93 MWp, nos estados de São Paulo e Piauí. As empresas já têm um contrato para o fornecimento de quatro plantas, com 26,39 MWp, na Bahia, Piauí e Ceará.
O órgão que regula o mercado de capitais dos EUA, a Securities and Exchange Commission (SEC), aprovou na quarta-feira um novo conjunto de regras de divulgação climática obrigatória para as empresas de capital aberto. A obrigação de relatar as emissões de gases de efeito estufa da cadeia de valor, o chamado escopo 3, ficou de fora.
O serviço europeu de observações climáticas Copernicus informou, nesta quinta (7/3), que o mês passado foi o mais quente já registrado na média mundial. A temperatura ficou 0,8°C acima da média mundial para um mês de fevereiro no período entre 1991 e 2020.
O CNPq lançou edital ofertando R$ 100 milhões para apoiar a formação de meninas e mulheres em cursos das ciências exatas, engenharias e computação. O objetivo da medida é estimular a diversidade na pesquisa científica.
Fonte: epbr
Por: Nayara Machado