Com mais um trimestre de crescimento de vendas, o Iguatemi continua olhando para novas aquisições, que serão financiadas pelo caixa e pela reciclagem de portfólio, não devendo ultrapassar o teto de alavancagem financeira de duas vezes a dívida líquida/Ebitda, afirmou o CFO da empresa Guido Oliveira ao Pipeline. A companhia encerrou o terceiro trimestre com uma dívida líquida/Ebitda de 1,67 vez, abaixo do patamar de 1,8 vez no segundo trimestre.
A empresa reportou lucro líquido contábil de R$ 101,2 milhões, alta de 69, 4% frente ao mesmo período do ano passado, impulsionado pelo crescimento das vendas, da redução de custo e da melhora da taxa de ocupação nos shopping centers, que cresceu de 95% no segundo trimestre para 95,9% no terceiro trimestre.
Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 118,5 milhões no terceiro trimestre, alta de 16,3% frente ao mesmo período do ano passado. O resultado exclui o efeito da linearização dos alugueis, da venda da posição na Infracommerce e as operações de swap das ações. A receita líquida ajustada atingiu R$ 323,8 milhões, alta de 7,3% no período.
A empresa tem voltado às compras. Após a aquisição do shopping Rio Sul em parceria com o fundo imobiliário BB Premium Malls, do qual o Iguatemi é consultor, em julho, a dupla negocia a aquisição da participação de 55,9% da Brookfield no Pátio Paulista e de 50,1% no Higienópolis, ambos localizados na cidade de São Paulo. A fatia que cada um vai ter em cada ativo ainda está sendo negociada e o valor dos ativos era estimado entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões cada como reportado pelo Pipeline.
O Iguatemi já tem participação de 11,5% no Pátio Higienópolis, além de administrar o shopping e negocia com o fundo gerido pela Rio Bravo, que detém uma fatia de 25,7% do ativo, para exercer seu direito de preferência na aquisição do ativo.
Com isso, o Iguatemi pode aumentar o número de 19 ativos no portfólio, incluindo os shoppings Iguatemi São Paulo e o JK Iguatemi. No terceiro trimestre, a empresa concluiu a venda da participação total do Iguatemi São Carlos e de 18% no Iguatemi Alphaville. “Vamos continuar olhando a otimização de capital, buscando vender os shopping centers com menor venda por metro quadrado”, disse Oliveira.
A empresa reportou um avanço nas vendas totais de 9,7% no terceiro trimestre frente ao mesmo período do ano passado, que totalizaram R$ 4,9 bilhões. As vendas nas mesmas áreas cresceram 10,3% no período, enquanto a receita com aluguel nas mesmas áreas avançou 3,8%. A taxa de inadimplência líquida ficou negativa em 3,1%, queda de 2,8 pontos percentuais. “Vemos um crescimento de vendas ficando no mesmo patamar de 10%”, disse Oliveira.
A crescente evolução da taxa de ocupação atrelada às melhorias do mix de lojistas contribuíram para o crescimento das vendas nas mesmas lojas. O grupo assinou contratou para a inauguração da primeira loja da rede de vestuário H&M no Brasil e da grife japonesa Comme de Garçons para o Iguatemi São Paulo, além da marca de artigos esportivos Alo Yoga no JK Iguatemi. As operações estão previstas para inaugurarem no segundo semestre de 2025.
O Iguatemi vê uma recuperação do valor dos aluguéis com a normalização dos descontos negociados no primeiro semestre por conta do impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, cujo parcelamento com os lojistas dos shopping centers da região já foi quitado. “As vendas dos shoppings no Sul no terceiro trimestre cresceram 12,5% , acima da média do portfólio”, disse Oliveira.
Com o preço dos papéis do Iguatemi negociando com um desconto em relação ao valor dos imóveis em portfólio, a empresa, assim como outras administradoras de shopping centers como a Multiplan, tem aproveitado para aumentar a recompra de ações. O Iguatemi já recomprou 68,6% de um total R$ 136 milhões previsto no programa de recompra lançado no ano passado.
Fonte: Pipeline
Por: Silvia Rosa