A cerimônia de entrega da 20ª edição do ranking Campeãs da Inovação (clique aqui para rever o evento na íntegra) foi palco do compartilhamento de experiências no uso de ferramentas de inovação por três empresas do Sul. Fernando Onosaki, sócio do IXL-Center, mediou o painel que teve como convidados Anatalicio Risden Junior, diretor de inovação e novos negócios da Sanepar (PR); Guilherme Lutti, head de inovação e pesquisa do Grupo Tigre (SC) e Melina Schuch, superintendente de estratégia e mercado do Hospital Moinhos de Vento (RS). O evento foi realizado no Sapiens Parque, em Florianópolis, em parceria com a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate). Inicialmente as companhias relataram seus cases inscritos na pesquisa do Grupo AMANHÃ que teve a coordenação técnica do IXL-Center. Em comum, direta ou indiretamente, os casos focaram em tendências globais como sustentabilidade e longevidade.
A Sanepar relatou como desenhou seu processo de Parceria Público-Privada (PPP) que fará com que a empresa de economia mista consiga cumprir até 2033 as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento. A primeira PPP contemplou 16 municípios e foi vencida pelo Saneamento Consultoria, consórcio formado pelas empresas Aegea, Kinea e Perfin. “Neste caso estabelecemos um contrato apenas para o esgotamento sanitário já que para a água já ofertamos praticamente para todos os paranaenses. O principal diferencial do contrato é que ele exige que o consórcio tenha determinado desempenho, de modo que a empresa recebe proporcionalmente pela performance que apresenta”, explicou Risden Junior.
Segundo a 16ª edição do Ranking do Saneamento, publicada em 2024 pelo Instituto Trata Brasil, cerca de 90 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto. Esse cenário é o responsável por grande parte das infecções gastrointestinais e doenças. O Unifam, desenvolvido pelo Grupo Tigre, se propõe a resolver isso. Motivado pela necessidade de uma solução de esgoto individual eficiente e acessível, o produto é uma estação compacta de tratamento de esgoto familiar, projetado com o objetivo de cuidar do solo e especialmente da água em locais remotos, substituindo a solução compacta atual — as chamadas fossas sépticas, que não promovem o tratamento completo do esgoto. A solução utiliza a tecnologia patenteada Biobob, que trata completamente a água sem gerar lodo e impactos ambientais, eliminando odor e reduzindo custos de instalação e manutenção. A capacidade de geração de água limpa é de até 800 litros por dia — o consumo aproximado de cinco a dez pessoas em um mesmo lar —, podendo ser expandida com unidades adicionais. “O produto nasceu dessa dor da população que não tem saneamento de qualidade. Começamos a comercializar neste ano depois de muito tempo de um processo de inovação aberta desenvolvido juntamente com uma startup parceira”, contou Lutti.
O Hospital Moinhos de Vento (HMV) implementou um CRM para gestão do corpo clínico, que conta com 3500 médicos credenciados. Hoje o HMV tem sido procurado por outras instituições de saúde para que a mesma tecnologia seja empregada. “As grandes empresas de tecnologia não ofereciam essa solução, mas conseguimos chegar até ela graças a uma startup que selecionamos e hoje podemos compartilhar esse sistema com outros hospitais em todo o Brasil”, destaca Melina. Ela também relatou que o setor de saúde tem usado com cautela a Inteligência Artificial (IA) já que o segmento é bastante regulado. No entanto, a IA tem sido usada em algumas funções como a predição da permanência de um paciente hospitalizado, informação relevante para que o HMV saiba quando o leito poderá ser utilizado por outra pessoa. A Sanepar tem usado a IA para combater o desperdício de água, enquanto a Tigre tem esse mesmo objetivo, além de gerar relatórios de dados.
Fonte: AMANHÃ
Por: amanha